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segunda-feira, 18 de junho de 2012

DRT e Capacitação Para dar Aulas.


O registro da Delegacia Regional do Trabalho(DRT) é a prova da habilitação para o exercício de determinada profissão que possua regulamentação mas não órgão fiscalizador. As atividades de artistas e técnicos em espetáculos de diversão foi regulamentado pela Lei 6.533/79, reunindo 58 categorias, dentre elas as de bailarino, dançarino e coreografo. Para obter o registro, além de alguns documentos pessoais é necessário possuir comprovação de qualificação profissional que pode ser por diploma ou Atestado de Capacidade Profissional.
No caso da Dança do Ventre realizamos junto ao Sindicato dos Profissionais de Dança uma avaliação que, aqui no Estado do Rio de Janeiro, consta de uma parte teórica, bastante básica, e uma parte prática – que seria a apresentação de uma Rotina Clássica Oriental, com música sorteada no momento da prova. Dessa forma é possível avaliar o conhecimento da estrutura da música clássica, conhecimento de ritmos e folclores, a interpretação de instrumentos, expressão nos diversos humores presentes na música, postura, etc. Aprovada nessa avaliação, a bailarina recebe seu Atestado de Capacidade Profissional e está apta a obter sua habilitação para o exercício da profissão “Dançarina”, como fica registrado em nossa carteira de trabalho. Porém é importante estarmos atentas ao fato de que a habilitação é para “Dançarina”, não para professora ou coreógrafa. Porém, atualmente, há o entendimento de que o DRT também habilita para a realização das outras atividades de forma profissional.
Além disso, existem alguns cursos que visam preparar professoras, dentre eles destaco a graduação  e pós-graduação em dança, os CQIDs, curso técnico do Shiva Nataraja e o curso do Método Acadêmico Suheil. Embora sejam cursos de inquestionável qualidade, posso afirmar que é pequena a parcela de professoras que os fizeram. Com isso, a tarefa docente em Dança do Ventre exige imensa responsabilidade por parte dos profissionais que se dedicam a isso. É necessário estudar, além de técnicas de dança, cultura, geografia e história dos países árabes e folclores, metodologias de ensino, anatomia, técnicas de alongamento e aquecimento... É preciso estudar para sempre, tendo em mente que para ensinar temos que ser eternas alunas. Também necessitamos de uma boa dose de criatividade!  Este é um ponto, necessário ao profissional professor.
Tenha sempre em mente a responsabilidade que lhe cabe ao ensinar dança, tanto pela questão corporal (movimentos feitos de forma errada podem provocar lesões), quanto pela questão cultural. Estude sempre!

domingo, 3 de junho de 2012

Profissionalismo em suas atitudes


 O caminho de estudo da Dança do Ventre é longo, diria mais, é eterno. Passaremos uma vida inteira e não teremos estudado tudo. E esse comprometimento com os estudos, com o aprendizado é o ponto mais importante na construção de uma bailarina profissional.
É preciso primeiramente ter paciência. Tirar da cabeça a ideia de que o aprendizado será imediato, de que em pouco tempo você terá conseguido aprender tudo. Não terá. O universo da dança é muito amplo. A cada dia aprendemos algo novo, limpamos um movimento, descobrirmos novas possibilidades, encontramos outras bailarinas, aprendemos outros passos... Tudo nos forma.
Precisamos também dar uma atenção devida a se auto-observar. Ter humildade. Só que humildade não é se colocar para baixo, se menosprezar, mas ter a exata consciência do que você é, de seus potenciais e dificuldades, qualidades e defeitos. Nesse universo dançante, ter a ideia do que se sabe e do que precisa aprender, do que é necessário para elevar seu nível técnico, de que carece a sua dança e o que ela tem de positivo. É preciso saber aproveitar aquilo que você tem de bom!
Outro ponto essencial é saber olhar para dentro de si e para o entorno enquanto se dança. Para algumas isso pode ser mais natural, para outras é um exercício diário. Você precisa sentir a música, perceber o que ela desperta em você. Perceber o que cada instrumento, cada ritmo, cada voz desperta em você e transformar isso em dança. Ao mesmo tempo é necessário ser comunicativa, interagir com o público. E saber perceber o momento da música adequado para comunicação ou introspecção, para brincadeiras durante a dança ou para o desenvolvimento de algo um pouco mais sério. E esse desenvolvimento também precisa ser associado a muito estudo.
Há ainda a necessidade de cuidado com o corpo e com o figurino. Saber escolher figurinos bonitos e adequados para cada dança. Cuidar de si, da própria aparência. Estar impecável no momento do show!
E por último agir com profissionalismo. Respeitar as colegas de profissão, as professoras, as alunas, o público, os contratantes... Procurar chegar no horário combinado, com roupas discretas, figurino em uma mala... Agir com educação e simpatia antes, durante e depois da apresentação. Ter cautela no contato com o público. Evitar permanecer no local onde dançou após o show, caso o ambiente não esteja adequado para tal. Conversar com o contratante reservadamente...
Para que uma bailarina ofereça então o seu trabalho e seja contratada para shows, ela precisa estar atenta a todos esses pontos. Ter bom nível técnico, cuidar de si e do figurino, saber expressar os sentimentos e interagir com o público, agir de forma profissional... E não conseguimos desenvolver todos esses pontos rapidamente. Ao pagar para assistir e oferecer um show, o contratante tem o direito de exigir uma dança de qualidade. Muitas vezes esses pontos abordados não estão claros para ele, mas a forma como você age vai fazer diferença e sua qualidade técnica também vai falar sobre você e sobre sua responsabilidade com o que faz!
Quando realizamos nosso trabalho com responsabilidade, amor e humildade o retorno acaba sendo algo natural. Se deseja seguir um caminho profissional em dança invista em estudos e em você! E trabalhemos de forma a qualificar cada vez mais a arte que representamos.

Ju Najlah

sábado, 2 de junho de 2012

Trecho de entrevista com Lulu from Brazil

Estou postando aqui um pequeno trecho, muito interessante, de uma entrevista com Lulu from Brazil publicada na primeira edição da Revista Shimmie. A entrevista está inteira muito interessante. Mas aqui vai ficar só esse pedaço, um gostinho. Palavras admiráveis de uma grande profissional que é exemplo para todas nós!

"RS. Do que é feito uma boa professora?
Lulu: Em primeiro lugar, ela deve ser uma boa aluna. E eu diria, uma aluna eterna. Eu não acredito numa professora que aceite dinheiro - que é uma forma de energia para ensinar - e que não invista dinheiro para continuar aprendendo. Em segundo lugar, ela deve gostar de gente, porque é impossível ensinar se você não gosta de estar com pessoas. Em terceiro lugar, ela deve aceitar suas próprias limitações, pois se ela não aceitar as dela, não saberá aceitar as dos outros, pois as pessoas que buscam a dança vêm por motivos diferentes e possuem limitações diferentes também; em quarto lugar, saber que ela não sabe nada.

RS: Do que é feito uma boa bailarina?
Lulu: De muitas bolhas no pé! (risos)... de muito respeito pelos seus professores, de respeito pela dança e respeito pelo público.

RS: E uma boa aluna? O que uma aluna faz que te chama a atenção? Quando você olha e vê que ela tem potencial?
Lulu: Eu acho que a boa aluna não é aquela que vai crescer, a boa aluna é aquela que quer aprender. Simplesmente isso. Porque de todas as alunas que buscam as aulas, apenas uma pequena porcentagem vai se profissionalizar. A grande maioria busca outras coisas com esta dança, não uma segunda profissão."

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Seu corpo, sua história!


Vivemos tempos em que o culto ao corpo, magro ou sarado, se faz realidade. Pessoas perdem sua saúde, sua energia e muitas vezes sua alegria de viver em busca desse ideal corpóreo. Sugere-se uma perfeição que na vida real não existe. No meio da dança isso não é diferente. Talvez até se crie um meio cruel, onde tais exigências persistem, julgam, rotulam e discriminam.
Fico então me perguntando onde vamos parar com isso tudo. Talvez em um mundo infeliz, repleto de pessoas insatisfeitas buscando um padrão irreal de perfeição. Não será bom para ninguém.
A dança precisa ir na contramão disso tudo. Aqui não falo de desamparo ou de desleixo. Falo justamente o contrário: dar uma atenção especial a si mesma, ao que te faz bem e se aceitar da forma como você é. Falo da possibilidade de aceitarmos ser quem somos nos respeitarmos e nos amarmos. Cada ponto de seu corpo faz parte da sua história. Tudo o que viveu e vive está nele gravado. Tudo o que você está sendo se expressa também nele. Suas experiências, suas alegrias, suas frustrações, tudo é importante para a construção da pessoa que é hoje e seu corpo interage, troca, responde, fala! Sua estrutura corporal diz muito de você. Suas marcas de expressão carregam consigo cada experiência, que te faz hoje uma pessoa melhor. As formas de seu ventre podem denunciar a beleza que é ser mãe... Por isso ame cada parte de seu corpo, porque ele fala de você, ele é uma parte sua. E utilize a dança a seu favor!
Dançando você pode perceber o despertar de toda sua beleza, de toda sua feminilidade. Sem estereótipos, sem regras fúteis, apenas exercitando o autorrespeito, tratando carinhosa e cuidadosamente de cada parte de seu ser! Que a linda mulher possa subir ao palco, independente dos quilos ou rugas, e se expressar livremente, transbordar sentimentos, transbordar vida!
Quando nos amamos podemos cuidar de nós mesmos. Suas diferenças te fazem uma pessoa única! Se nos preocupamos em demasia com estereótipos, como formas perfeitas, vamos acabar criando linhas de produção de pessoas. Será que toda essa igualdade é interessante?
Por isso ame-se! Suas diferenças te fazem uma pessoa especial e única!

Ju Najlah

É preciso transformar a música em dança, num movimento de fora para dentro, mas principalmente, num movimento inverso, externalizar os sentimentos, transparecer a alma, transformar o corpo em música, em dança, em arte. A unidade se faz em todos os sentidos. O seu estilo de dança não será criado. Ele já existe. Basta você abrir espaço para que ele possa surgir. Dance com alma!

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