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sábado, 10 de março de 2012

Instrumentos Árabes - Instrumentos de Percussão



Derbaque - O instrumento mais usado e mais conhecido da música árabe é o derbaque, com seus vários timbres e dinamismo, podendo ser usado desde só para marcar o ritmo básico ou até para fazer solos muito elaborados. Tem liberdade para criar e improvisar “frases e floreios”.
Oferece três variedades de sons: grave, médio e agudo, motivo pelo qual é considerada a voz principal em uma orquestra árabe. Seu formato de ampulheta ou taça permite que seja facilmente acomodado no colo do derbaquista, e é assim que ele é tocado. O corpo oco pode ser feito de níquel, cerâmica ou alumínio comprimido. O topo pode ser feito de pele (de peixe ou cabra) ou plástico (atualmente). Quando feito de pele, pode ser colado com pregos ou cola, e neste caso o instrumento deve ser aquecido para afinar. O modelo mais usado por profissionais é o de alumínio com topo de plástico, afinado com uma chave. Tem cerca de 45cm de altura e 22cm de diâmetro.
Do outro lado do Mediterrâneo, conhecidos compositores europeus usaram o derbaque em seus trabalhos de orquestra, como por exemplo, na Ópera Trojan de Berlioz (1869) ou no Prometheus de Carl Orff (1968). Jimmi Page e Robert Plant convidaram o percussionista egípcio Hossam Ramzy para participar da gravação e turnê do "No Quarter", unledded, tocando o derbaque.
Recebe inúmeras denominações no mundo árabe. Derbakke ou Derback ( Líbano, Síria etc..), Tabla ( Egito ) Darbuka ( Turquia ), Tumberleke ( Grécia ) etc...


Doholla(Tabla Grave, Bass Tabla) - Trata-se de uma Tabla semelhante a Derbakke, porém com dimensões maiores e sonoridade mais grave. Serve como base rítmica para solos de percussão. O doholla segura o ritmo enquanto o derbake "brinca" floreando em cima da ritmo.
 Esse instrumento, na forma tradicional, é feito em argila queimada revestido de pele de peixe ou carneiro. Já possui sua moderna versão em corpo de alumínio e revestimento em nylon. Curiosamente, não existe um tamanho padrão para a confecção da Doholla; o certo é que tal instrumento deve ter uma circunferência bocal superior  ( dois tempos acima ) que a de um Derbakke. Existem, porém, instrumentos com circunferência até três tempos acima que a de um derbakke.
A Doholla é comumente usada como percussão base tanto na música egípcia quanto na libanesa. Apesar de rara até mesmo nos países árabes, a Doholla de corpo de cerâmica em alta qualidade e pele de cabra é a mais indicada para gravações, pois possui sonoridade nitidamente superior. Já em shows ao vivo, sua versão moderna torna-se a preferida, justamente por manter-se sempre afinada independentemente das condições climáticas.
Em opinião particular, Vitor Abud Hiar considera a Doholla em cerâmica e pele de cabra ideal tanto para gravações quanto para shows. Não é possível obtermos, para Vitor Abud Hiar, um perfeito som aveludado nas Dohollas em pele de poliéster. A pureza sonora na marcação rítmica e o "Dum" bastante profundo mas sem exageros que a pele natural proporciona, torna a Doholla tradicional um instrumento cem por cento indispensável.
No Brasil a primeira Doholla fora confeccionada por Fuad Haidamus em meados de 1984, em argila e pele de cabra.




Daff (Pandeiro Tenor, Riqq, Tamborim Árabe)- O Daff, nome que recebe no Líbano, é um pequeno pandeiro feito em anel de madeira e revestido em pele de peixe ou carneiro. Possui cinco címbalos duplos, totalizando um conjunto de dez címbalos que produzem grande sonoridade. Possui também sua versão moderna em aro de metal e pele de nylon. No Egito, recebe a denominação "Riq". Partindo da análise de sua sonoridade, podemos chamá-lo de "pandeiro tenor" e a Mazhar, que veremos mais adiante, de "pandeiro grave".
Há 3 formas de se tocar esse instrumento:
A- Utilizando todos os címbalos.
B- Utilizando parte dos címbalos.
C- Utilizando apenas a membrana de couro.
Oferece três tipos de sons: agudo, médio agudo e médio grave. Devido a suas características polirítmicas é utilizado para criar dinâmicas e floreios complementares a tabla ou derbak
Como bem enfatiza Vitor Abud Hiar, o Daff tem como principal objetivo ostentar o ritmo árabe. Na sua opinião, a versão moderna do Daff não é vista com bons olhos, uma vez que esta quebrou, de certa forma, a tradicionalidade e pureza sonora de sua versão tradicional. No Brasil, o Daff somente passou a ser conhecido pelo público em geral na metade dos anos 80. Esse instrumento juntamente com Derbakke e os Snujs, foram os primeiros instrumentos de percussão árabe a serem usados por músicos no Brasil. Fuad Haidamus fora o primeiro percussionsita a tocar Daff em shows neste país.


Katm ou Maktoum – Instrumento de base originalmente feito de madeira com couro de gazela ,sendo confeccionado assim até os dias atuais, instrumentos sobre o qual não houve modernização. Emite dois tipos de sons: grave e médio grave

Mazhar - (Bendir de címbalos, Daff ou Duff de címbalos) - Largo pandeiro de sonoridade grave podendo ou não possuir címbalos, dependendo de sua versão.
Muitos consideram esse instrumento um Bendir com címbalos ou um Daff de címbalos. Na percussão libanesa, é usado como principal instrumento base da execução rítmica, sendo tocado comumente entre as pernas do músico ou na forma tradicional, empunhando-o em uma das mãos (principalmente no caso da versão com címbalos).
Historicamente acredita-se que o Bendir ou Daff de címbalos tenha sido um desdobramento de sua versão inicial. Não há o que se falar em forma modernizada, nesse caso.
A Mazhar é feita em anel de madeira e pele grossa de cabra ou gazela (animal, este, não mais utilizado nos tempos atuais) . Possui um jogo de 5 címbalos duplos de bronze com diametro superior aos címbalos de Daff libanês. Possui forte sonoridade.
Muitos caracterizam seu corpo como um "pandeiro de dois andares", justamente por possuir uma profundidade acentuada, dando a impressão de que é formado por dois pandeiros um em cima do outro. O diâmetro bocal desse instrumento é duas vezes maior que o diâmetro de um Daff. Sua versão modernizada apresenta revestimento em nylon e anel metálico ou madeira. Vitor Abud Hiar aprecia a versão em pele de cabra ou gazela.
A Mazhar é tocada tanto no Líbano, Egito bem como em todos os outros países da comunidade árabe. No Brasil sua utilização ainda é bastante remota.


Bendir - O Bendir é um pandeiro típico do Marrocos e Algéria, utilizado pelos beduínos ( habitantes do deserto ) no acompanhamento de suas canções folclóricas. Possui as mesmas características do instrumento analisado anteriormente, porém, não possui címbalos em seu anel, o que o torna mais leve e fácil de manusear. O diâmetro de sua abertura bocal é exatamente o mesmo da versão com címbalos confeccionada no Egito.
 A característica marcante deste instrumento  é as cordas que correm por dentro do corpo, rentes ao couro. Geralmente são 2 cordas, mas pode ser mais. Elas são responsáveis pelo som de zumbido característico, marcante na música Berber.
Esse pandeiro grande tem uns 20cm de largura (profundidade), e é feito de couro de cabra e madeira. Tem até 70cm de diâmetro. O Bendir costuma ser decorado com desenhos ou frases do Alcorão, usando para isso a henna. Ele tem um pequeno furo na parte de baixo, usado para equilibrar o instrumento na base do polegar esquerdo, enquanto os dedos da mão esquerda batem de leve na borda e a mão direita toca na borda e no centro. As batidas no centro soam parecidas com o som do Tar, um pandeiro que não tem as cordas. As batidas no centro criam um tom estridente que morre rápido.

Devido sua pluralidade dimensional, o músico percussionista deve sempre possuir um jogo de três pandeiros com tamanhos e, por consequência, sons diferentes, ou seja, de circunferência pequena, média e grande.
Os egípcios o conhecem pelo nome de "Daff" ou "Duff". É um instrumento não possui címbalos em seu anel. Recentes pesquisas mostram que já existe a versão moderna desse instrumento, confeccionada em anel de madeira ou plástico resistente e pele em poliéster (nylon) leitosa.
Apesar de sua versão modernizada ter chegado a bons níveis de comercialização, o Bendir tradicional em pele de cabra de altíssima qualidade possui ressonância (vibração energética sonora) infinitamente superior, sendo, sem dúvida alguma, o mais indicado para gravações e apresentações ao vivo. É um importante instrumento de base na percussão libanesa.
É excelente na execução base de ritmos rápidos, como , por exemplo, o fallahi e o malfuf.
Pode receber várias denominações no mundo árabe. No Egito é conhecido pelo nome Daff ou Duff, no Lìbano e Síria recebe a denominação Mazhar. A versão com parafusos embutidos e sem címbalos é de procedência sírio-libanesa.




Tabel (Tambor oriental) – Significa "tambor grande". Instrumento solo originalmente feito de madeira com couro de carneiro em seus dois lados, sendo confeccionado assim até os dias atuais. Toca-se pendurado ao corpo. Emite um só tipo de som: grave. Usado em danças folclóricas, chega a substituir a própria tabla em algumas regiões. Possui um som contagiante.




Carkabib
Os Carkabib (ou karkabas, ou k'rkbs, ou qaraqeb) são usados pelos Gnawa (tribo do Maghreb) em suas músicas tradicionais, acompanhando danças de transe com as quais trazem a cura para as pessoas doentes, chamadas Stambali. Assim como os snujs, ele é tocado com dois pares (um em cada mão).
Pertencem à família dos idiofones, e consistem de duas barras de metal planas com dois círculos convexos (pequenos címbalos), tocados abrindo e fechando as mãos. Cada carkabib tem cerca de 26,3 cm de comprimento e no máximo 9,5cm de largura. Eles são feitos por ferreiros especializados.



Tabla Baladi ou Tabul
A Tabla Baladi é semelhante à nossa zabumba (porém maior), um tambor com duas "faces", tocado com duas baquetas: uma grande, que faz o som grave, com a mão direita e, com a mão esquerda, uma vareta que faz os sons agudos.
Ela é tocada dependurada no ombro por uma faixa, o que dá liberdade de movimento ao músico, que muitas vezes sai da banda para tocar junto à dançarina.
Tocado com baquetas é usado acompanhando o Mizmar principalmente em apresentações de Raks al Assaya, casamentos e festas folclóricas.


Bongô (bongos) - Conhecido como o principal instrumento de percussão de ritmos como o Mambo, Bolero, Rumba e demais ritmos caribenhos, este instrumento já faz parte da percussão árabe há algum tempo. Por possuir um som agudo e seco, é utilizado nas orquestras árabes como marcador de ritmo. Existem Bongos confeccionados em madeira ( tradicional ), alumínio e cerâmica.
A versão tradicional, em pele de cabra e corpo de madeira, ainda é a mais utilizada mundialmente. Segundo estudiosos, esse instrumento tem sua origem no continente africano. No Brasil, é chamado de Bongô, ( forma aportuguesada, conforme consta nos dicionários modernos da língua portuguesa ). Em Cuba e demais países caribenhos, recebe denominação sempre no plural, ou seja, "Los Bongos" ( "bongo" é o nome individual de cada um dos dois pequenos tambores interligados)


Snujs - (Sagat, Címbalos para os dedos) - Imortalizados no Brasil pelas mãos de Shahrazad em suas apresentações de Dança do Ventre, esses pequeno címbalos de mão podem ser considerados um dos primeiros instrumentos de percussão da humanidade. Segundo estudos, foi inicialmente utilizado por sacerdotisas do antigo Egito.
Formam um conjunto de címbalos metálicos presos no polegar e dedo médio de ambas as mãos. Quando tocados, dão vida e alegria ao ritmo que está sendo executado. Na percussão egípcia, esse instrumento é conhecido como Sagat. Segundo bem explica Vitor Hiar, os Snujs acompanham a percussão, e é por isso que deve ser visto como um instrumento pessoal, ou seja, do particular ( geralmente de uma bailarina ou de um espectador que, ao tocá-lo, demonstra seu entusiamo ante ao ritmo executado). No Brasil, Shahrazad é a grande mestra no toque dos Snujs na Dança do Ventre.

Pesquisa feita nos seguintes sites:

Um comentário:

  1. Estou Procurando mas está um pouco dificil de achar preciso de 6 parafusos para o meu derbake e procuro alguma loja que tenha para vender.

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É preciso transformar a música em dança, num movimento de fora para dentro, mas principalmente, num movimento inverso, externalizar os sentimentos, transparecer a alma, transformar o corpo em música, em dança, em arte. A unidade se faz em todos os sentidos. O seu estilo de dança não será criado. Ele já existe. Basta você abrir espaço para que ele possa surgir. Dance com alma!

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