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quarta-feira, 7 de março de 2012

Dabke

O Dabke faz parte do folclore libanês. É uma dança executada por homens, mulheres, casais e crianças. A palavra “Dabke” significa “bater no chão com o pé”. Esta é a origem da dança: ato de amassar o barro ao lado da comunidade e de cantar e alegrar-se com o trabalho.
Em tempos antigos, antes de forros estáveis serem instalados nos lares Libaneses. Seus forros planos eram feitos de galhos de árvores que eram tapados com barro.Quando vinha a mudança de estação, especialmente o inverno, o barro iria rachar e iriam começar as goteiras, o que tornava necessário o conserto. O dono da casa iria chamar seus vizinhos para ajuda- Al-Awneh- e os vizinhos iriam subir no forro. Eles seguravam as mãos, formavam uma linha e começavam a bater os pés enquanto caminhavam sobre o forro com a finalidade de ajustar o barro.
Depois de um tempo, Al-Awneh, ficou conhecido como Dalunah, uma forma improvisada de Dabke cantado e dançado, que é hoje a base de todos os dabkes, sobre a qual se desenvolvem o canto e as evoluções. Um derbake (tambor feito com cilindro de argila sobre o qual é esticada uma pele de cobra), nay (flauta longa de bambu) e um mijwiz (flauta embarrilhada dupla de alta diapasão) foram adicionados para manter os homens trabalhando no tempo frio - isso estimulava maior energia pela pressão sanguínea. Com o tempo a dança Dabke se tornou uma das tradições Libanesas mais famosas.
O dabke é constituído de uma longa fila, em que todos executam os mesmos passos. Na ponta, ficam dançarinos mais hábeis, que realizam evoluções arrojadas. Os adereços usados não são muitos. O masbaha é um deles – compõe-se de um colar de contas – que é girado por quem está “puxando” o dabke.
O folclore libanês possui grande variedade de passos com movimentos básico, intermediários e avançados. Porém, seu passo básico é relativamente simples com contagem de quatro passos, sendo que o quarto é uma batida do pé no chão. Além dos passos soltos, existem movimentos e passos tradicionais para se dançar sozinha, em casais ou em grupos. Alguns dos passos são originários dos passos tradicionais do Dabke Baalbakiye e Bedáuiye e que são muito utilizados na montagem de coreografias.
Um dos rítmos mais utilizados para se dançar é o jabalee. 
As roupas das mulheres são bastante coloridas. Elas podem usar somente vestidos (Jalabiye ou Aabaye) ou vestidos acima de calças. Usam lenços ou xales amarrados na cintura, bijuterias e sapatos com salto médio, adequados para dança. Na cabeça elas colocam véus com faixas. Algumas vezes, usam cestos de palhas ou jarros na cabeça para executar coreografias.
Os homens usam o cherwél (calça larga tradicional) com vestimentas coloridas sobre suas camisas e botas. Eles usam ainda coletes de cores variadas para compor o conjunto com uma faixa vermelha que é colocada na cintura. Na cabeça os homens usam o tarbuch (chapéu típico, cônico, avermelhado conhecido em vários países como “Fez”), com uma faixa amarrada junto a testa. Também é comum homens dançarem sem nada na cabeça ou então com o aaguél ua kaffiye (turbante)
Há dois tipos de Dabke: O popular, no qual se repetem os mesmos passos, normalmente dançado em festas. Ainda hoje é possível encontrar, no interior do Líbano, nas aldeias mais afastadas, essa dança folclórica bastante pura e preservada. E o Dabke coreografado, que agrega passos libaneses, sírios, palestinos, egípcios, etc.
Vários grupos e festivais retomaram a antiga dança profissionalmente, a partir dos anos 1960. É o caso da companhia teatral Anwar, fundada por Wadiha Jarrat, muito famosa em todo o Oriente e que estabeleceu um padrão de excelência para o dakbe.
Wadiha Jarrat era capaz de recrutar um grande número de dançarinos que ela usava durante festivais chamados Baalbek. Eram filas espetaculares de homens mulheres que davam as mãos e avançavam em direção a platéia, os pés batendo no chão em uníssono, levando os teatros abaixo e gerando irreprimível entusiasmo entre a audiência.
Jarrat colaborou com os irmãos Rahbani e Fairuz, a diva contemporânea mais venerada no Líbano, criando a Opereta Libanesa, baseada em lendas folclóricas daquele país.
Graças a esse renascimento, atualmente escolas de todo o Líbano ensinam o dabke aos seus alunos. Pequenas companhias apresentam-se por todo o país, quanto clubes locais realizam o chamado “Jantar de Aldeia”, que acontece anualmente em agosto.

Bibliografia:
 DABKE, disponível em http://www.kfs10.com.br/loubnan/dabke.html
DABKE - Uma festa em qualquer lugar do mundo!, disponível em http://www.shangrilahouse.com.br

















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É preciso transformar a música em dança, num movimento de fora para dentro, mas principalmente, num movimento inverso, externalizar os sentimentos, transparecer a alma, transformar o corpo em música, em dança, em arte. A unidade se faz em todos os sentidos. O seu estilo de dança não será criado. Ele já existe. Basta você abrir espaço para que ele possa surgir. Dance com alma!

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