Em tempos antigos, antes de
forros estáveis serem instalados nos lares Libaneses. Seus forros planos eram
feitos de galhos de árvores que eram tapados com barro.Quando vinha a mudança
de estação, especialmente o inverno, o barro iria rachar e iriam começar as
goteiras, o que tornava necessário o conserto. O dono da casa iria chamar seus
vizinhos para ajuda- Al-Awneh- e os vizinhos iriam subir no forro. Eles
seguravam as mãos, formavam uma linha e começavam a bater os pés enquanto
caminhavam sobre o forro com a finalidade de ajustar o barro.
Depois de um tempo,
Al-Awneh, ficou conhecido como Dalunah, uma forma improvisada de Dabke cantado
e dançado, que é hoje a base de todos os dabkes, sobre a qual se desenvolvem o
canto e as evoluções. Um derbake (tambor feito com cilindro de argila sobre o
qual é esticada uma pele de cobra), nay (flauta longa de bambu) e um mijwiz (flauta
embarrilhada dupla de alta diapasão) foram adicionados para manter os homens
trabalhando no tempo frio - isso estimulava maior energia pela pressão
sanguínea. Com o tempo a dança Dabke se tornou uma das tradições Libanesas mais
famosas.
O dabke é constituído de uma
longa fila, em que todos executam os mesmos passos. Na ponta, ficam dançarinos
mais hábeis, que realizam evoluções arrojadas. Os adereços usados não são
muitos. O masbaha é um deles – compõe-se de um colar de contas – que é girado
por quem está “puxando” o dabke.
O folclore libanês possui
grande variedade de passos com movimentos básico, intermediários e avançados.
Porém, seu passo básico é relativamente simples com contagem de quatro passos,
sendo que o quarto é uma batida do pé no chão. Além dos passos soltos, existem
movimentos e passos tradicionais para se dançar sozinha, em casais ou em
grupos. Alguns dos passos são originários dos passos tradicionais do Dabke
Baalbakiye e Bedáuiye e que são muito utilizados na montagem de coreografias.
Um dos rítmos mais
utilizados para se dançar é o jabalee.
As roupas das mulheres são
bastante coloridas. Elas podem usar somente vestidos (Jalabiye ou Aabaye) ou
vestidos acima de calças. Usam lenços ou xales amarrados na cintura, bijuterias
e sapatos com salto médio, adequados para dança. Na cabeça elas colocam véus
com faixas. Algumas vezes, usam cestos de palhas ou jarros na cabeça para
executar coreografias.
Os homens usam o cherwél
(calça larga tradicional) com vestimentas coloridas sobre suas camisas e botas.
Eles usam ainda coletes de cores variadas para compor o conjunto com uma faixa
vermelha que é colocada na cintura. Na cabeça os homens usam o tarbuch (chapéu
típico, cônico, avermelhado conhecido em vários países como “Fez”), com uma
faixa amarrada junto a testa. Também é comum homens dançarem sem nada na cabeça
ou então com o aaguél ua kaffiye (turbante)
Há dois tipos de Dabke: O
popular, no qual se repetem os mesmos passos, normalmente dançado em festas. Ainda
hoje é possível encontrar, no interior do Líbano, nas aldeias mais afastadas,
essa dança folclórica bastante pura e preservada. E o Dabke coreografado,
que agrega passos libaneses, sírios, palestinos, egípcios, etc.
Vários grupos e festivais
retomaram a antiga dança profissionalmente, a partir dos anos 1960. É o caso da
companhia teatral Anwar, fundada por Wadiha Jarrat, muito famosa em todo o
Oriente e que estabeleceu um padrão de excelência para o dakbe.
Wadiha Jarrat era capaz de
recrutar um grande número de dançarinos que ela usava durante festivais
chamados Baalbek. Eram filas espetaculares de homens mulheres que davam as mãos
e avançavam em direção a platéia, os pés batendo no chão em uníssono, levando
os teatros abaixo e gerando irreprimível entusiasmo entre a audiência.
Jarrat colaborou com os
irmãos Rahbani e Fairuz, a diva contemporânea mais venerada no Líbano, criando
a Opereta Libanesa, baseada em lendas folclóricas daquele país.
Graças a esse renascimento,
atualmente escolas de todo o Líbano ensinam o dabke aos seus alunos. Pequenas
companhias apresentam-se por todo o país, quanto clubes locais realizam o
chamado “Jantar de Aldeia”, que acontece anualmente em agosto.
Bibliografia:
DABKE, disponível em http://www.kfs10.com.br/loubnan/dabke.html
DABKE, disponível em http://www.kfs10.com.br/loubnan/dabke.html
DABKE, disponível em http://lyssarim.blogspot.com/2008/12/dabke.html
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário