Como ainda não tive a oportunidade de conhecer o Egito e essa região
encantadora, vou fazendo minhas pesquisas daqui de casa mesmo, sonhando com o
dia em que me seja possível estar lá. E nessas pesquisas, cheias de
curiosidades, encontrei um texto sobre o local em si e algumas imagens e vídeos que
achei muito interessantes. Vou compartilhar parte do texto aqui e o link através do
qual é possível acessá-lo na íntegra!
A Núbia hoje
Estando no Egito, conhecer o povo núbio era uma exigência ontológica. Desde pequena as imagens dos escravos negros guardando as divindades egípcias me enchiam de estupor e curiosidade. Eram sempre mais dignos e belos que os próprios faraós que guardavam. E as mulheres, de pele retinta, destacavam-se como deusas, cortejadas e desejadas pelos filhos de Amon-Rá. Os núbios, mais do que escravos, eram um povo que tinha cultura e língua próprias e além de entregarem seus corpos, também eram sangrados das riquezas de sua terra, como o ouro e o marfim. Mais tarde, já adulta, fui saber que também houve um tempo em que governaram o Egito, não mais escravos, mas faraós, deixando sua marca indelével na cultura daquele esplendoroso país. Assim, quando o pequeno barco que navegava pelo Nilo aportou em Assuã eu me preparei para um encontro desde há muito esperado. Não foi em vão.
A cidade de Assuã, chamada de “a pérola do Nilo” é grande e cosmopolita. A paisagem é incomparável, bonita demais. Há uma classe média que vive bem e cuida da cidade, mas são as pequenas comunidades já na região do deserto, que mostram a cultura núbia na sua mais completa tradução. Para chegar até lá é preciso andar pelos menos uns 40 minutos no lombo dos camelos, aproveitando a paisagem exuberante e contraditória de rio e deserto, lado a lado. Pelo caminho, a toda hora passa um menino, voando, sobre o camelo que se faz veloz em suas mãos. No povoado, tudo é cor. As casas seguem um modelo bastante típico do povo núbio, arredondadas, com abóbodas e imensos pátios. Cada uma delas é pintada de uma cor diferente, vibrante. Não faltam os murais, espalhados por toda a aldeia. Neles, o retrato do cotidiano, gente trabalhando, sobre os camelos, plantando, cuidando dos animais, mulheres nos afazeres domésticos, paisagens. Uma lindeza.
O povo é pobre, vive do artesanato, dos passeios de camelo e de uma modesta agricultura de subsistência. Mas, o que impressiona é o cuidado com a cultura. Na escola da comunidade, os professores ensinam o núbio, língua originária, que é uma das formas mais seguras de manter o modo de ser. Também não são poucos os artistas que colorem as casas com as cenas do seu mundo, muito típicas.
O lago nasceu da construção da Alta Represa, um gigante de quatro quilômetros de largura por 11 metros de altura. As pedras de puro granito que foram usadas para a obra poderiam erguer mais de 147 pirâmides. Com a represa, Nasser buscava proteger o Egito da seca e das inundações. Conforme os moradores locais, isso foi conseguido. “Agora podemos fazer três colheitas no ano, mesmo que o barro bom do Nilo não consiga mais passar”. Segundo o egiptólogo Abdel Aziz, como é da cultura núbia cultivar aquelas terras, muitas das famílias que foram embora estão voltando e o governo tem garantido tratores e terras, principalmente aos jovens.
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No início desse século a história desse povo ancestral sofreu mais um baque. O governo do Sudão, que tem apoio dos Estados Unidos (Sudão é um espaço estratégico para o império) construiu outra usina hidrelétrica no Nilo, cerca de mil quilômetros acima da barragem de Assuã, criando um lago de 170 quilômetros de comprimento. Esse lago inundou milhares de outros sítios arqueológicos ainda inexplorados, que contam da cultura núbia. Com isso, grande parte das belezas do apogeu do povo núbio seguirá soterrada. Pirâmides, grandes estátuas, enfim, a prova da grandeza de uma nação que aglutinou o comércio na região por séculos. Ainda assim, na grande curva do Nilo, ao sul, podem-se ver as ruinas da antiga capital, Nepata, que, no mundo antigo, foi tão vibrante e cosmopolita como é hoje Assuã.
Que o segundo turno das eleições ponha no poder o que for melhor para o Egito.
Fotos: elaine tavares
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A Dança:
"A dança e a música dessa região semelhantes ao estilo encontrado na África do Sul. O Rio Nilo está muito próximo dos núbios e influenciou suas vidas e música, que possui um ritmo mais relaxado. Normalmente os núbios dançam em filas ou em pares sempre acompanhada de palmas e gestos alegres e de uma ginga contagiante. A fila dos homens se separa da fila das mulheres e ao final os dois grupos se juntam formando um só grupo." (parte da apostila do Curso de Formação em Folclore Árabe com Melinda James, realizado em Nova Friburgo em 2012) Os gestos dançados dizem respeito ao cotidiano daquele povo.
"A dança e a música dessa região semelhantes ao estilo encontrado na África do Sul. O Rio Nilo está muito próximo dos núbios e influenciou suas vidas e música, que possui um ritmo mais relaxado. Normalmente os núbios dançam em filas ou em pares sempre acompanhada de palmas e gestos alegres e de uma ginga contagiante. A fila dos homens se separa da fila das mulheres e ao final os dois grupos se juntam formando um só grupo." (parte da apostila do Curso de Formação em Folclore Árabe com Melinda James, realizado em Nova Friburgo em 2012) Os gestos dançados dizem respeito ao cotidiano daquele povo.
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