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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Estrutura das aulas: A importância da técnica na Dança do Ventre


http://www.flickr.com/photos/edmilsondelima/2966664479/

Lecionar Dança do Ventre exige da professora certo jogo de cintura para lidar com uma multiplicidade de objetivos e intensões dentro da sala de aula. Cada aluna tem uma vivência e um interesse ao buscar aprender a dança. Infelizmente em muitos casos fica complicado separar as turmas de acordo com os interesses, o que seria o ideal. Quando essa separação em turmas que querem somente se exercitar e turmas que querem se apresentar ou profissionalizar não é possível, o trabalho dentro de sala precisa, de certa forma, atender aos grupos que estiverem ali presentes.
Por esse, além de outros motivos, ministrar tais aulas exige atenção a alguns aspectos. O trabalho é de via múltipla e se deixo de trabalhar algum ponto, o ensino ficará deficitário. Nesta série de posts abordarei temas que considero importantes e que procuro trabalhar em minhas aulas. Começaremos pela técnica.
Quando nos propomos a aprender Dança do Ventre entramos em contato com um mundo novo. A música oriental é muito diferente da que habitualmente ouvimos e os movimentos exigem certa consciência e a possibilidade de isolamento de determinados grupos musculares. Assim como não aprendemos a ouvir as nuances da música árabe de um dia para o outro, os movimentos também não ficam prontos em nosso corpo rapidamente. É necessário que haja dedicação, que a consciência corporal para a melhor execução dos movimentos seja desenvolvida, que seja feito um trabalho de tonificação e alongamento da musculatura, para que ela responda de forma mais eficaz, e que seja feita muita repetição. Somente com repetição a memória do nosso corpo se apropria dos movimentos.
Esse trabalho, em muitos momentos, gera certa ansiedade. Algumas alunas creem já saber executar os movimentos e querem logo partir para aprendizados mais avançados. Outras, por estar buscando somente se exercitar, querem partir para uma aula mais animada e dançada. Mas fica aqui a questão: como é possível passar para algo mais avançado ou mesmo dançar antes que os movimentos básicos estejam prontos e limpos em nosso corpo?
Quando se trata de músicas e movimentos de nossa cultura, essa aula inteira dançada e animada é possível, pois se tratam de movimentos aos quais estamos habituadas. No caso da dança oriental, se o conhecimento dos apoios, grupos musculares trabalhados, desenhos feitos pelo corpo, não for passado, além de a aluna ter mais dificuldade na execução deles ela poderá se lesionar. Se, além disso, ficarmos ansiosamente seguindo uma sequencia iniciante de passos visando queimar calorias, os movimentos simplesmente não ficarão prontos e a gama de movimentos estudados será extremamente limitada, resumindo as aulas em mera repetição do mesmo. Não teremos um leque de movimentação para desenvolver a nossa dança.
Quando então, “perdemos” um pouco mais de tempo treinando nossos oitos, redondos e shimmie, além de trabalhar os diversos grupamentos musculares envolvidos, o que já é um excelente exercício, estamos preparando nosso corpo para que possamos futuramente criar movimentos novos e para que possamos hoje, fazer essa dança, mais animada. Agora, se os movimentos não forem apreendidos, a dança não é possível. O básico precisa ser muito bem trabalhado.

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É preciso transformar a música em dança, num movimento de fora para dentro, mas principalmente, num movimento inverso, externalizar os sentimentos, transparecer a alma, transformar o corpo em música, em dança, em arte. A unidade se faz em todos os sentidos. O seu estilo de dança não será criado. Ele já existe. Basta você abrir espaço para que ele possa surgir. Dance com alma!

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