O termo música clássica é utilizado para indicar qualquer
música que não pertença às tradições folclóricas e populares. E dentre as
ramificações da música árabe está a música clássica oriental. Ela é geralmente
composta por grandes orquestras e ganhou uma textura mais rica, com
instrumentos específicos ou grupos de instrumentos dominando certos trechos da
música. A percussão marca os ritmos e faz alguns floreios, enquanto os
instrumentos melódicos produzem a melodia. É necessário conhecê-los, estudá-los
e interpretá-los, tanto instrumentos quanto ritmos. E eles aparecem na música
clássica, seguindo certa estrutura, que conheceremos a seguir.
Introdução: Nos países árabes é comum as bailarinas dançarem
junto às grandes orquestras já mencionadas. Por isso, a introdução é respeitada
como o momento de apresentação da orquestra. É praxe a bailarina não
entrar em cena nessa hora.
Chamada da bailarina: Em muitas músicas uma breve marcação de
percussão indica que está chegando a hora da entrada da bailarina em cena. Aqui
é possível optar por fazer uma entrada sutil ou esperar o próximo momento.
Entrada em cena: Aqui há uma mudança na música. Começam a
aparecer ritmos mais rápidos, como o Malfuf, que pedem deslocamentos, giros,
arabesques, developés, envelopés, chasse, uso cênico... É um momento de
grandiosidade, de entrar em cena de forma elegante e altiva, mas sem perder em
simpatia. Podemos utilizar acessórios, como véu. Aqui quem se apresenta ao
público é a bailarina, cumprimentando-o e o convidando a embarcar com ela nessa
incrível viagem!
Mudança rítmica e/ou cadencial: Aqui começam ritmos
cadenciados. Podemos explorar movimentos tradicionais. Os deslocamentos
espaciais, se o fizer, precisam ser menores. Esse é um momento de descontração,
de movimentos soltos, pés no chão, quadris reverberados.
Taksim: Nesse momento há um improviso por parte da orquestra,
um jogo de perguntas e repostas entre dois ou mais instrumentos. Aparecem os
ritmos lentos acompanhados de instrumentos melódicos (flautas variadas, como a
nay e a kanun, alaúde, acordeon, violino, etc). E a bailarina aqui, improvisa
em sua dança, junto com a orquestra. Se volta para si mesma, é convidada a
introspecção e a exploração interpretativa plena. É possível preencher o espaço
com movimentos sinuosos, arredondados , flexibilidade e braços suaves de forma
sutil. A calma e a clareza na execução dos movimentos farão diferença em sua
dança.
Folclore: A maioria das músicas clássicas apresenta trechos de
ritmos folclóricos (said, khalige, falahi, zaar, muwashahat, etc). Por
isso é necessário conhecer pelo menos um mínimo de danças folclóricas e ritmos,
respeitando os movimentos típicos, que serão solicitados nesse momento. O
folclore precisa ser reconhecido em seus movimentos!
Percussão: Alguma música apresentam ainda um trecho de
percussão, com instrumentos como derbake, dahola, daff, snujs, entre outros.
Movimentos marcados, técnicas de quadril, destreza e velocidade são bem vindos!
Retorno do tema: Geralmente há um retorno ao ritmo e melodia
do momento de entrada da bailarina. Aqui você sabe que está chegando o fim da
música. Novamente entram em cena os deslocamentos grandiosos! A bailarina
agradece e se despede de seu público.
Grand Finale: Aqui é o final de seu show, que deverá ser de
grande impacto, surpreendendo a todos!
Podemos observar que a música tem diversos humores e a
bailarina deve ser como um instrumento que traduz a música, em sua sonoridade e
em seu sentimento. Dance o que a música está pedindo como se você a estivesse
apresentando para alguém que não pode ouvi-la. Busque uma sintonia perfeita,
tornado-se um com a música!
Ju Najlah
Fontes de pesquisa: Revista Shimmie e aulas feitas com Suheil, Carla Moretti e Aryana Rebelo
Interessante que a pesar de nuances do ritmo da Rotina Clássica Oriental, devemos ser clara porém sutil nas transferências dos movimentos no momento da dança.
ResponderExcluirAdorei o Estudo!